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Quem acredita que os objetos são apenas coisas?

Quem acredita que os objetos são apenas coisas?

Uma caixa de papelão pode ser só uma coisa, mas se você passa a tarde com seus irmãos e seus pais transformando essa caixa numa super aeronave… envolvido num momento de diversão, afeto, carinho, criatividade, esforço mental e muitas outras emoções … aí pronto, foi -se a caixa e você terá um objeto que irá querer guardar por muito tempo…. aeronave da sua família, ou melhor, a super aeronave. Vai ser difícil se desligar dela… talvez ela tenha até um nome!!!
Ainda será um objeto, mas agora carregado de significado. Um objeto que simboliza a família, a união, o afeto. E que agora carrega um pedaço da sua história, uma pedacinho muito bom.
É por isso que guardamos alguns objetos, aqueles que se transformam em símbolos, marcam alguns momentos, algumas relações, alguns sentimentos que não queremos esquecer. As vezes nossa memória, por melhor que seja, vai se desprendendo de alguns detalhes.
Os objetos que optamos em guardar são, sem nenhuma dúvida especiais. E são especiais por alguma razão…ou algumas. São símbolos de momentos especiais da nossa história. História que queremos compartilhar com nossos filhos e netos.
É muito mais legal mostrar para eles, concretamente, o seu brinquedo preferido (que ele vai ter uma reação mista de estranhamento, curiosidade, empolgação)… do que ficar tentando descrever… ou mesmo mostrar uma foto. É mágico o poder que tem a memória afetiva que um símbolo carrega – ou seja, é magico o que uma coisa pode fazer a gente sentir!
Quando pegamos depois de muitos anos aquele objeto, vamos sentir efetivamente a mesma emoção. Não é a coisa que carrega o afeto, mas ela é o instrumento que permite que você reviva aquele afeto. Faz muito bem a sensação de ter vivido bons momentos na nossa vida e resgatar emoções as vezes já adormecidas.
As recordações afetivas, registradas pela memória e concretizadas pelos objetos nos permitem reviver, compartilhar e consolidar emoções importantes que marcaram a nossa história. E que podem fazer a diferença na história de quem amamos.
É o que estreita os laços familiares, de amor e segurança.
Quando você conta a sua história eu passo a fazer parte da sua história (mesmo que só como um ouvinte), sendo assim, estaremos ligados pelos registros de memória, pela emoção compartilhada e, porque não, pelo cafezinho que sempre acompanha as tardes de histórias…..

Por Janaina Nakahara

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