O QUE MUDOU NO PAPEL DOS PAIS ATUAIS EM RELAÇÃO A EDUCAÇÃO DE SEUS FILHOS? 
Hoje quero abordar um assunto que tem sido tema constante em debates e discussões de pais e mães atuais.

Deparei-me em pesquisas com dois aspectos importantes sobre as mudanças temporais entre a relação de pais e filhos:

– A programação da chegada dos filhos.

– O papel do pai, a figura masculina, no relacionamento com os filhos.

Primeiro quero falar sobre a programação da chegada dos filhos.
Não faz muito tempo que podemos ter a possibilidade de programar quando queremos os nossos filhos e quantos teremos.
Esta possibilidade tornou a chegada dos filhos muito mais prazerosa e desejada, trazendo algumas consequências boas e outras nem tanto.
A boa, é que, com a programação da chegada da criança, ela passou a ser mais desejada e recebida de uma forma mais acolhedora, com mais preparo e responsabilidade, tendo um significado mais prazeroso para os envolvidos nesta nova fase de vida, contudo, muitas vezes pelo fato de se querer muito esse filho, os pais o tornam “o rei do pedaço”, onde todas as prioridades e situações são voltadas para ele, e claro, como tudo, terá como retorno dessas atitudes, consequências não muito positivas para a criança, assunto esse já abordado aqui em outro artigo intitulado “infantolatria”.
Essa possibilidade trouxe também uma nova postura e preocupações quanto a relação e ao papel dos pais na vida dos filhos.
Uma questão muito discutida é o aspecto sobre o tempo. Quanto tempo precisamos estar com os nossos filhos para desenvolvermos um relacionamento de qualidade com dedicação e atenção?

Mudou muito também não é?
Vocês concordam que mesmo as mães tendo menos tempo devido sua saída de casa para o trabalho e dedicação profissional, elas são, na maioria das vezes, muito mais atenciosas e dedicadas que as mães de antigamente? Olha que a maioria delas, ficava todos os seus dias em casa, cuidando dos seus afazeres domésticos e das crianças.
Mas naqueles tempos, a criação de uma criança era considerada menos importante, talvez pela quantidade e facilidade em tê-las e claro, sem tantas necessidades e exigências requeridas por elas e pela sociedade em geral. As crianças não tinham escolhas e nem podiam questionar qualquer coisa que seja. A preocupação com elas era tão somente em alimentar e encaminhar para escola. Quando digo encaminhar, significa que as crianças iam, a maioria delas, e eu fui uma delas, sozinha para escola desde muito pequena, sem a companhia da mãe, por exemplo. E assim era, tudo muito natural, sem maiores preocupações.
E claro, muitas coisas também mudaram quanto ao papel dos pais, o homem, a figura masculina. Em tempos atrás o pai tinha como obrigação apenas o sustento da casa, o provedor familiar, sem se ocupar com a educação dos filhos, isto era papel exclusivo da mãe, não havia nenhuma preocupação com a participação emocional ou mesmo afetiva.

Naquelas épocas, isto era padrão de convivência, claro que muitos de vocês podem discordar, e se isto acontecer, perguntem para qualquer pessoa acima dos 60 anos, qual era a relação deles nesses aspectos, com seus pais.

Hoje, felizmente para as crianças, o pai tem uma maior participação na vida delas, e por sua vez, maior dedicação nas decisões do dia-a-dia dos filhos e bem como, nos afazeres de casa.

Esse papel do pai atual mudou muito, e se as mães estão mais presentes e mais dedicadas, o que podemos falar destes novos pais? Eles não só auxiliam nos afazerem do lar, como aderiram a todos os cuidados e afazeres do dia-a-dia da criança e, diga-se de passagem, muito bem obrigada.

A dedicação dos pais, não fica só no cuidado físico, como banho, mamadeiras, dar papinhas, almoço e jantar. Este cuidado que eles oferecem abrangem toda uma parte psicológica da criança, com brincadeiras, passeios, conversas diárias para saber como foi o dia de seu filho, quais os seus medos, ansiedades e desejos, trazendo uma preparação emocional de grande importância para o agora e para o futuro.

Penso que a maioria dessas observações é importante, mas como tudo na educação de nossos filhos, o principal, é estarmos presentes na vida das crianças com dedicação, cuidado, atenção, paciência, respeito e muito amor, seja em que tempo for, principalmente hoje, agora, onde as relações entre pais e filhos são extremamente importantes na vida deles por conta de tantas informações e orientações presentes, para que se torne um individuo que respeite e seja respeitado onde quer que ele se encontre.

E vocês? O que pensam sobre todas essas mudanças?

Val Pasini

Escola Para Pais