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EFEITO DO ISOLAMENTO FAMILIAR NA PANDEMIA.

 

Qual era a rotina de milhões de brasileiros pré pandemia??? Acordar, tomar café, levar o filho para a escola, ir trabalhar, buscar o filho na escola, passar no supermercado, auxiliar o filho no dever de casa, jantar, dormir e, no dia seguinte, recomeçar tudo de novo. Essa ERA a rotina, até que no início de 2020 um vírus, até então desconhecido, surge devastando o mundo e deixando tudo fora dos eixos.

Da noite para o dia, a rotina de trabalho e da escola mudou, precisou ser totalmente repensada e adaptada. Junto com toda a rotina de casa, além de pais, foi necessário nos tornar educadores/professores de nossos filhos. Com isso, novas palavras se somaram ao nosso vocabulário: home office, aula on line, nome de plataformas digitais, educação remota…

Efetivamente o período da pandemia veio confirmar o que já se esperava do relacionamento entre pais e filhos. Muitos pais que reclamavam de não terem tempo para os filhos, por estarem por demais envolvidos com o trabalho, com a satisfação profissional, com o confinamento obrigatório, viram-se sufocados pela convivência familiar.

As crianças foram as principais vítimas desse cruel período de isolamento, em respeito às regras impostas pelas autoridades médicas e governamentais. Deixaram de ter o convívio do ambiente escolar, dos amigos e muitos dos demais entes da família, e, para compensar, buscaram no lar a satisfação da atenção que antes recebiam fora de casa.

Inúmeras são as situações reportadas nessa fase. Filhos em desespero exigiam dos pais, aos prantos, uma saída do confinamento. Muitos pais até conseguiram substituir as atividades escolares de recreio em brincadeiras das mais diversas. Para o ensino a participação em vídeo conferência trouxe um certo alívio à inatividade intelectual dos adolescentes.

A convivência familiar passou de uma forma tranquila, para uma forma mais intensa, dada a presença física de todos os familiares nas vinte e quatro horas por dia. Cozinhar juntos, arrumar a casa em parceria, descansar, conviver Essa intensidade acabou por sufocar e provocar desgastes nos relacionamentos afetivos. O que era antes suportável, passou a ser intolerável, cruel e preocupante. A comodidade na rotina anterior à pandemia, às vezes até acompanhada de uma pequena dose de indiferença para os assuntos caseiros, principalmente com os filhos, não teve mais lugar. O que era ruim, suportável, ficou pior, dando lugar à tolerância zero, a impaciência, chantagem emocional, entre outros males.

Por isso acredito que a palavra que mais define o momento atual é flexibilidade. Precisamos ser flexíveis, adaptáveis e criativos para não adoecer. Também aprendemos a focar no hoje, a viver o agora e a fazer o que temos de fazer da melhor maneira possível no momento. Foi preciso abrir mão de certas coisas, definir as prioridades, cuidar uns dos outros e ser cada vez mais responsáveis pelo nosso próprio bem estar. Devemos então tirar proveito dos reflexos desse período de pandemia para rever conceitos e exercitar a inteligência. Todos somos perfeitamente capazes de administrar o tempo de dedicação ao trabalho e intensificar o relacionamento afetivo com a família, na busca sempre pelo bom convívio, harmônico, alegre e eterno.

Tudo isso é fácil? Não! Mas vejo que as famílias que escolheram ser realmente um time estão conseguindo chegar ao fim desse “campeonato” não com o primeiro lugar, mas com orgulho da história que construíram juntos. Cansados, mas felizes!

Por Francisco Milan

 

 

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