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Adolescer: chega de medos infantis. Agora é medo de gente grande!

Quem acha que que criar e educar as crianças de hoje em dia é difícil…. É porque elas
ainda não entraram na adolescência!! Fase de transição, a crise de identidade, onde tudo
que ensinamos, todos os nossos valores e referência são questionados, postos à prova.
Uma pessoa diferente, independente, com planos próprios de futuro, conceitos de vida,
opiniões sobre o mundo tem que emergir – mesmo que vá por um caminho bem distinto ou
até oposto às expectativas familiares. Não é mais uma questão de “certo ou errado” e sim o
“eu e o outro”.
A transição é difícil por ela mesma, já que não se pode mais agarrar-se nos medos da
criança, se vão gostar ou não, se vou acertar ou não, se vou conseguir ou não, vencer ou
perder, nos jogos, nas brincadeiras, com os amigos, na escola.
É uma vivência de luto sim! O que deve morrer são as fantasias infantis que buscam no
imaginário e no mundo, aprovação. Morrem a insegurança, a dependência, a
competitividade, o autoritarismo, o egocentrismo.
E enfim, pode emergir um adulto consciente e seguro de seus próprios conceitos, caráter,
emoções e ideias. Um adulto que confia em si mesmo, que sabe que vai errar muito ainda,
mas tentando acertar sempre. Um adulto que consegue genuinamente expor suas emoções
e traçar seus planejamentos e propósitos, respeitando o espaço do outro. Um adulto
resiliente e com recursos de enfrentamento para encarar a jornada da vida, com suas dores
e frustrações naturais do aprendizado. Um adulto que pratica gratidão, perdão, humildade,
espontaneidade e fé.
Para tanto (para tudo isso!!!), fecha-se o adolescente em seu mundo, seu quarto, seu
celular, seu vídeo game. Há de amadurecer, de ganhar forças, carregar energias e refletir
muito, porque o medo é grande. É medo de (ser) gente grande! É a própria vida,
personalidade e futuro que estão à prova! São inúmeras as cobranças e expectativas.
E lá vai o Adolescente… em seu tempo de recolher, entre o carregar sua criança leve e
esperançosa e o promover um adulto leve e pleno em si mesmo; entre o privado do
isolamento e da pouca fala e o absolutamente exposto nas redes sociais: entre o quem eu
era e o quem idealizo ser; entre o amar e contar com meus pais e o questionar e romper
com seus ideais.
O adolescente está entre… entre o sair e o chegar… numa viagem de luto e descobertas,
numa estrada desconhecida e cheia de obstáculos e oportunidades.
Respeitemos sua caminhada!!! Com aquele amor que permite a liberdade!! Perto, mas não
tão perto….
Sejamos o abraço apertado, firme e confiante da partida…. E sejamos também o abraço
apertado, de entusiasmo e orgulho da chegada!!
Sejamos pai e mãe… sempre ali para o amor sublime e inesperado.

Por Janaina Nakahara

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