Educação

Subir ao topo

 

Chegado o meio do período olímpico, já temos muitas reflexões a fazer. Sim, estamos no aguardo das Paraolimpíadas e esta tem outra visão sobre superação, porém, nos dois eventos, com atletas e paraatletas em busca do cume do pódio.

Subir em árvores enquanto vive-se a criancice pode ser um bom paralelo para esta reflexão. A árvore “foi” um dos “brinquedos” mais utilizados na vida de muitas crianças. Na minha, foi trapézio, foi cabana, foi campo de pega-pega, foi esconderijo no esconde-esconde. Foi também um lugar de pegar uma fruta e saborea-la lá no alto, a pensar na vida.

Mas a discussão se passa entre o topo olímpico e a conquista do topo da árvore.  Quando se é criança o risco é uma sensação a ser experimentada, não se tem tanta noção do perigo. Mas são estes mais destemidos que aprendem de forma bem precoce o sentido das tomadas de decisões, da necessidade de encontrar os apoios firmes para se lançar a galhos mais altos, da confiança em si e em sua força nos braços para sustentar o balanço do corpo alcançando um galho mais distante, da sua sensibilidade ao desafio na certeza do sucesso, ou, no caso de fracasso, se desafiar em nova tentativa.

Os valores se tornam explícitos: coragem, superação, autoestima, autonomia, perseverança, conhecimento de si, as capacidades físicas…

Chegar ao alto, podemos dizer, é desejo de todos. Quem como eu torceu pelo vôlei feminino sabe que as meninas mereciam pela sua competência e esforço nos treinos, fechadas em quadra a tirar-lhes o bronzeado da pele, ao menos o pescoço dourado.

Isaquias, “nosso” remador, perdeu um rim ao cair de uma mangueira quando queria ver uma cobra morta lá no alto. A vida demonstrou a ele que a perda é só mais um mote para vencer e não para desistir. Quantos de nós afastamos os filhos de ensinantes fracassos em nome do nosso próprio medo?

Ser criança é determinante para se chegar ao topo. Aprende-se a arriscar, a cair, a se desafiar, a lutar por seus desejos e a se esforçar para superar os tombos e as frustrações.

Isso vale para a vida profissional. O esporte é uma das mais claras situações de representação do que é a vida. E, chegar ao topo (sucesso), pode ser determinado ainda quando criança em seus primeiros passos, desde que seja dada a ela a oportunidade de abrir e vivenciar ludicamente a sua picada ao cume.

Macarini

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