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NÃO É A MAMÃE!! NÃO É A MAMÃE!!

NÃO É A MAMÃE!! NÃO É A MAMÃE!!

Quem for da minha geração vai lembrar desta exclamação do Baby, da Família Dinossauro que vinha escancarar na TV essa vivencia tão natural e comum: o bebê ou a criança pequena e seu medo de perder a mãe, os pais, ou quem lhe cuida e tem maior vínculo de segurança.

Agora, convenhamos, não é tão difícil de imaginar e compreender a sensação de medo ou pavor desse bebê, absolutamente dependente e que não sabe e não conhece nada deste mundo ainda, ao ser separado da figura a quem esteve por tanto tempo tão conectado (até os 4 meses, mais ou menos, o bebê nem sabe que ele é um EU, separado da mãe).

Eu diria que o choro do bebê ou da criança pequena (em geral, até os 2 anos) quando a mãe ou os pais se distanciam por um tempo, é absolutamente genuíno, coerente e providencial! É um pedido de Socorro, um choro de medo e raiva. É quase um: “Cadê você pelo amor de Deus…. não sei fazer nada ainda, não sei nem quem eu sou, onde estou, que história é essa…. se você não voltar….ferrou!”

Ou “Ah… você só pode estar de sacanagem comigo… me desejou, me planejou, me gerou, me deu todo amor e cuidado desse mundo e agora… Some?!?!… Tá me iludindo… (tipo a velha história do: Eu não pedi pra nascer.)

Entendemos então que sim, os bebês ou as crianças irão pedir pela mãe, vão gritar, vão chorar, vão agarrar a perna…. e farão mais e pior, caso os pais não compreendam e não saibam lidar com isso. E talvez façam até seus 4, 5 anos, como algumas crianças que já vimos dando “shows” na porta da escola. Vale identificar se há fatores novos na dinâmica familiar e vida da criança, ou se aquele medo ainda não foi bem acolhido e elaborado.

Isso tem um nome: Ansiedade da Separação; que é normal e faz parte do desenvolvimento infantil. Se não bem cuidado, pode virar o Distúrbio ou Transtorno de Ansiedade da separação.

Para ajudar mamães e papais Dinossauros…rs… algumas dicas:

  • Meu medo, Seu medo: aprender a compreender e acolher o medo natural da criança ainda tão dependente e separar dos seus medos, inseguranças, culpas etc., diante de uma responsabilidade tão grande. E, às vezes, nova.
  • Deixa chorar, ué: acolher é compartilhar, deixar vir, deixar sair…. não significa chorar junto formando a dupla dos desesperados… mas, com respeito, mostrar e falar para a criança que tudo bem chorar porque está com medo, medo de ficar sozinha. Mas a mamãe, o papai, sempre voltam.
  • Cadê o bebê?: Brinque mais daquilo (que não é bobo!) de tapar o rosto do bebe rapidinho e depois… “achou!!”. Quando maior, brinque mais de jogar o brinquedo para que o bebê engatinhe ou ande cada vez mais distante e tenha que fazer o percurso de volta sozinho até você. E mais tarde ainda, explore e brinque muito de esconde-esconde, fases fácil, médio e difícil… quanto maior a criança, mais ela demora para te encontrar.
  • Nunca saia de fininho: Desde sempre se acostumem a despedir e dizer onde vai e quando volta. A criança pode chorar, agarrar, sofrer, mas vai passar. Vai por mim, melhor esse breve sofrimento da despedida (que ninguém gosta, aliás) e a segurança de que mamãe e papai não me enganam, não fogem, porque afinal de contas eles disseram que voltam… e sempre voltam; do que o sofrimento prolongado do… cadê eles, não sei aonde foram, se vão demorar, se vão voltar, se vão me abandonar…. e a angústia de ser largado e enganado. Quando você voltar, capaz da criança ainda estar com muita raiva e te dar o maior “gelo”. E outra coisa, essa atitude já pode plantar na criança a sementinha da insegurança e baixa autoestima “Você não é capaz de lidar com isso”. Acredite mamãe, você é capaz de lidar com isso e seu filho também.
  • Que seja leve: Compartilhe esse momento, acostume o bebê desde muito cedo com outras pessoas, não se apeguem. Os papais de hoje são super participantes e envolvidos. Também cabem vovós, titios, babás. Mas vá com calma, respeite o tempo do bebê. Nas primeiras vezes, esteja por perto, no campo de visão dele.
  • E por último, cuidado com a corresponsabilização: evite falas do tipo: “Se você chorar, mamãe fica triste” ou “Se você não ficar de boa na vovó ou na escola, papai vai ficar chateado ou bravo”. Como nós nos sentimos é problema e responsabilidade nossa! A criança já tem que lidar com seus próprios medos e inseguranças. Prefira algo do tipo: “Tenho certeza que nosso dia será muito legal! Você vai brincar um montão na escola ou com a titia e mamãe e papai vão trabalhar bem e o mais rápido que puderem, porque depois ainda teremos muito tempo juntos para aproveitar!” – e tenha tempo.

A cada Adeus uma oportunidade de aprendizado e de reencontro!!

Por Janaina Nakahara

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