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Desenvolvimento da fala e linguagem

Desenvolvimento da fala e linguagem

 

Quando nasce um bebê, muitos cuidados são necessários, uma vez que nossa espécie não nasce pronta. Levamos um tempo para controlar posturas, fortalecer musculatura e aos poucos, adquirimos autonomia.

É interessante observar que o desenvolvimento motor e o desenvolvimento de linguagem estão intimamente ligados e a partir deles, os processos de comunicação começam a ser construídos.

A comunicação vai muito além da fala. Ela envolve compreensão, vocabulário, condição motora, experiências vivenciadas, qualidade de interlocutores, entre outros.

Mas como saber se meu bebê está vivenciando todas as etapas desse desenvolvimento no tempo esperado? Como saber se o desenvolvimento de fala e linguagem do meu filho está atrasado ou apresenta algum distúrbio específico?

Apesar de termos diversos marcos de desenvolvimento na literatura atual, é fundamental compreender que cada criança tem seu tempo de aprendizado. É com a vivência da amamentação, por exemplo, que a criança começa a desenvolver a dissociação dos movimentos da musculatura oral, favorecendo, consequentemente, a mobilidade de língua. Durante as tentativas de trocas de postura, pontos articulatórios começam a ser demarcados na região intra-oral. E quando não observamos a persistência de hábitos deletérios (sucção digital ou de chupeta), a chance desses pontos articulatórios estarem sendo construídos de maneira adequada é enorme.

Entre os 4 e 6 meses de vida, já podemos observar que a criança começa a produzir alguns sons ainda que na brincadeira, sem querer. Como esses momentos são irresistíveis e deliciosos, o adulto se coloca na posição de interlocutor e responde a esses sons, sendo um estímulo importante para que a criança continue a explorar seu corpo.

Por volta dos 7 meses, a criança está mais experiente nesses jogos vocálicos e observamos brincadeiras com sílabas e repetições, como mamama e papapa. É geralmente nesse momento que a mamãe e o papai dão significado para esses sons, iniciando de fato a compreensão da língua. A partir daí, a criança começa a ter condições de compreender algumas palavras como “não”, “da”, “tchau”, “auau” e aos poucos repetí-las, dentro de um contexto comunicativo ou não.

É esperado que por volta de 1 ano, a criança já seja capaz de produzir algumas poucas palavras com intenção e significado, ainda sem muito compromisso com a fonética adequada.

Apesar de não nascermos prontos, como dito no começo deste texto, nosso sistema nervoso mostra uma intensa habilidade de aprendizado, principalmente durante a primeira infância. Dessa maneira, é fundamental o estímulo adequado nessa fase. Permitir que a criança tenha desafios saudáveis, com jogos e brincadeiras,  tenha experiências com diversos brinquedos e objetos, de texturas e funções diversas, ou ainda vivenciar a construção de histórias em leitura de livros ou músicas infantis é o melhor meio de se garantir um bom desenvolvimento de fala e linguagem.

Então sente no chão com seu filho: brinque, leia, cante com ele! Observe como ele está usando suas habilidades comunicativas e quais são as suas dificuldades para se expressar (não apenas com a fala).

Alguns autores apontam que aos 3 anos, uma criança tem condições de produzir todos os sons da fala, mas isso não é uma regra. Os encontros consonantais (PLanta, TRevo) podem aparecer um pouco depois e costumam ser um dos últimos a serem adquiridos, por exemplo. Mas é sim esperado que nessa idade a fala da criança seja bem compreendida e que ela tenha maior desenvoltura para relatar situações, usar pronomes, preposições e plurais em frases mais longas.

Algumas crianças, porém, apresentam alguns distúrbios específicos e a intervenção precoce pode minimizar alguns dos efeitos desses distúrbios.

Se você identificar que seu filho está muito distante desses marcos de desenvolvimento e que suas habilidades comunicativas estão prejudicadas, não deixe de procurar um fonoaudiólogo especializado. Os pais são as pessoas que mais conhecem a criança e é fundamental que os profissionais de todas as áreas respeitem e valorizem esse conhecimento que não existe nos livros, mas no coração de cada mamãe e papai.

Combinado?

Por Daniela do Val

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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