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Criança Triste?? Vamos entender!!

É muito difícil ver uma criança chateada, cabisbaixa, choramingando… neh?! Se é nosso filho, então… dá vontade de tirar dele e passar para a gente!!!

Mas calma. Vamos lembrar que a tristeza é um sentimento humano fundamental, assim como a raiva e a alegria. Se não somos alienígenas, sentiremos…. e nossas crianças também! A grande diferença é que elas não sabem identificar e muito menos lidar com esse sentimento. E é aí que a gente entra!! Nós pais temos um papel importantíssimo de ajudar as crianças a perceber, nomear e direcionar positivamente os sentimentos. Vamos lá, por partes:

Percebendo/ Identificando: “Filho, olha só… você está assim (chorando, emburrado, quetinho) porque seu amigo preferiu brincar com o primo dele e você tinha outros planos, neh?!” – A gente percebe o que esta acontecendo, muitas vezes antes da própria criança, e podemos ajuda-la a identificar o que está sentindo e porquê está sentindo – ou seja, fazer o link entre o que esta acontecendo do lado de fora e do lado de dentro!

Explicando/ Nomeando: “Então, deixa a mamãe te explicar, é mesmo muito chato quando as coisas não acontecem como a gente gostaria, e isso deixa a gente triste. Você ficou triste porque não deu muito certo.” Se a criança é maior, pode-se ainda acrescentar: “você ficou frustrado. Frustração é quando a gente quer muito que aconteça uma coisa do jeito que a gente está imaginando, mas ela não acontece.” Nesse momento, a criança entenderá o que está sentindo, conseguirá dar um nome e das próximas vezes poder identificar e dizer o que está sentindo.

Direcionando: “Mas você é muito esperto, tenho certeza que pode ter outra super ideia agora. Vamos transformar essa tristeza em uma historia criativa?! Você pode chamar outros amigos ou mostrar para o seu primo outro dia!” Mostre para seu filho que a tristeza vem e vai, e pode dar lugar a outros sentimentos e sensações positivas, e não só à raiva, que é o sentimento mais comum junto com a tristeza, e faz a criança ficar arredia, agressiva, etc. Direcionando, ajudamos nossos filhos a entender que a tristeza põe um fim em algo, mas permite que o novo aconteça, abre espaço para o recomeço.

Quando a criança compreende esse caminho – identifica, nomeia, direciona – e mais, se sente compreendida em seu momento (tem apoio e suporte parental), ela se desenvolve um ser humano melhor, com autoestima, auto confiança, segura de que pode confiar em seus sentimentos, de que saberá lidar com suas emoções e que pode confiar nas pessoas e nas situações.

Aquela historia de …”engole o choro moleque!”… já era faz tempo!! Primeiro, nossas crianças são seres muito mais pensantes e questionadoras; logo elas não verão nenhuma lógica em engolir o choro, já que o choro não foi feito para comer… ou beber. Segundo, a natureza é sábia e o nosso corpo é plena sabedoria; se o choro existe, existe por uma razão. Se temos vontade de chorar, choremos ué?! É a maneira que o corpo tem de se expressar, de extravasar alguma coisa. E a nossa natureza nos ensina que se há choro, há emoção! Vamos externalizar para poder identificar e compreender.

Atenção a alguns pontos importantes!!

Os sentimentos precisam ser respeitados. Cada criatura tem seu tempo, seu ritmo emocional. Enquanto uma criança entende e direciona sua tristeza em 3 segundos, outra pode levar quase a tarde inteira. Nesse caso, podemos nos aproximar com uma conversa mais de uma vez e por fim dizer que respeitamos o seu tempo e vamos esperar que melhore logo, o quanto logo possa. E estaremos por perto caso necessite.

Ao mesmo tempo, estejamos alertas para tristezas que perduram demais, ou que são muito frequentes. Pode estar acontecendo algo que a criança por alguma razão não quer contar. Aí é hora de ir até a escola, conversar com os pais dos melhores amigos, e sempre, sempre, supervisionar a internet! – salas de bate papo, jogos online, whatsup. E se necessário, procurar ajuda profissional.

E por fim, fica a dica: DIVERTIDAMENTE – para quem ainda não assistiu, assista! Dá para perceber bem direitinho a importância de cada emoção dentro de nós. E até a tristeza tem seu papel fundamental na estória. Que de longe, não é só para as crianças!!

 

Por Janiana Nakahara

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