Chegou o momento em que o leite materno não é mais suficiente, e agora???
Calma, sei que isso pode parecer muito doloroso, mas é o processo natural…
Sim, quando chega aos 6 meses de idade, a criança necessita de alimentos para complementar a amamentação, pois nessa idade, o leite materno já não supre mais todas as necessidades nutricionais do bebê.
E… Lá vamos nós para mais uma grande jornada de aprendizado e adaptação!
É uma fase deliciosa para a família e também para o bebê, pois novas e diárias descobertas são feitas e é justamente por isso que a alimentação complementar é super importante! Vocês lembram o quanto a amamentação exclusiva é importante para toda a vida, né? Pois então, a alimentação complementar também é! Essa fase é extremamente importante para a formação de hábitos alimentares. Pensem, são os primeiros sabores experimentados! A formação do paladar é agora!
Por isso, esse é o momento crucial para formarmos paladares e hábitos saudáveis!!!
A primeira experimentação, aos 6 meses, é a papa de fruta (aquela clássica frutinha amassadinha). O bebê geralmente ama! Depois vem a papa salgada (que não precisa ter sal), feita com legumes, cereal, feijão e carne. Aos poucos vamos aumentando a quantidade de comida e diminuído o leite materno, tudo de modo gradativo, respeitando o processo natural de adaptação de cada bebê.
Mas…. Se meu bebê cospe a papa?
Calma…. Isso é um reflexo natural da língua, afinal o movimento para mamar é completamente diferente do movimento de comer com uma colher! O bebê precisa aprender a lidar com a colher! Portanto, se seu bebê colocar para fora as primeiras colheradas de papa, isso não significa que ele não gostou! Insista… Ele só está aprendendo a usar a colher! E… vai por mim… Serão só as primeiras! Bebê aprende muito rápido!
Não esqueçam que esse é o momento da formação do paladar e hábito, então vamos oferecer tudo que for de mais saudável para nossas crianças! Fruta pura, sem adição de nada! Papa salgada com legumes, arroz, batata, feijão e carne; tudo temperadinho com temperos naturais, caseiros e sem sal! Basta cozinhar tudo junto, amassar com garfo (nunca use liquidificador, mixer, processador; apenas garfo!) e está pronto!
Dica importante: sempre ofereça os alimentos separados, para que o bebê já possa ir identificando os sabores e formando seu paladar. Cozinhe tudo junto, mas amasse e ofereça separado, alternando as colheres na hora de colocar na boquinha do bebê. Hoje em dia já temos até pratos infantis com divisórias! O sonho de toda nutri!
Lembre que este bebê é parte de uma família, que ele está se integrando a ela, por isso os horários das refeições do bebê precisam começar a se aproximar dos horários da família! Fazer as refeições em família é um excelente exercício para a formação de hábitos alimentares saudáveis!
E a quantidade? Como saber?
Essa questão gera bastante dúvida mesmo, mas a natureza é perfeita, lembram? O ser humano nasce com a capacidade de identificar fome e saciedade! Portanto, seu bebê saberá a hora de parar de comer, vai parar quando estiver satisfeito!
Com o passar do tempo, a quantidade vai aumentando e a consistência pode ir ficando mais espessa, até que com 1 ano, a criança deve estar comendo a comida da família, ou seja, consistência normal!
Só para reforçar… essa é a fase de experimentação, adaptação e formação do paladar, por isso, é extremamente importante oferecer alimentos variados, quanto mais variar, melhor será o hábito alimentar do seu filho!
As refeições devem ser compostas de 4 grupos alimentares (sempre!): Cereais ou tubérculos, leguminosas, legumes, verduras e carne ou ovo. Vejam alguns exemplos, para poder variar bastante!
Parece óbvio, mas gosto de reforçar sempre; vamos oferecer comida de verdade! Tudo feito em casa e natural! Nada de industrializados hein… Por mais que as propagandas tentem nos convencer do contrário, não existe nada melhor para nosso bebê do que a comida de verdade preparada da forma mais natural possível e pelas mãos afetivas da família!
Lembram que essa nutri aqui adora falar sobre a relação entre o ser humano e o alimento, né? Então, essa fase da alimentação complementar é muito importante para estabelecermos relações com nossa comida; por isso, vamos deixar a sujeira de lado a vamos permitir que nossos bebês comam sozinhos, peguem a comida com as mãos, se aproximem do alimento. Não façamos das refeições momentos muito mecânicos!
Por Tatiane Meirelles
TATIANE MEIRELLES DE DEUS
Nutricionista formada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2008. Especialista em Saúde da Família pela UFSC e em Educação na Saúde pelo Hospital Sírio Libanês/SP. Atualmente, trabalha como servidora pública da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis, atuando no Núcleo de Apoio a Saúde da Família de Florianópolis/SC. Tem experiência profissional em alimentação infantil e familiar; e em reeducação alimentar e nutricional em todos os ciclos de vida.
tatianenutricionista@yahoo.com.br
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