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PREVENÇÃO DA OBESIDADE INFANTIL: COMO AJUDAR NOSSOS FILHOS?

PREVENÇÃO DA OBESIDADE INFANTIL: COMO AJUDAR NOSSOS FILHOS?

O aumento da incidência de obesidade na infância e adolescência já não é mais novidade. Os canais de comunicação têm amplamente divulgado dados sobre o tema. Os resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), confirmam a trajetória do aumento do peso das crianças brasileiras como um todo.

A Obesidade Infantil pode ser considerada uma doença crônica não transmissível. Sua etiologia é multifatorial. Além do desbalanço entre ganho e gasto energético, somam-se fatores genéticos, epigenéticos, sócio-culturais e até as relações familiares, com especial destaque ao relacionamento materno-infantil. Fatores genéticos e alterações patológicas (como doenças endócrinas)  que relacionam-se à obesidade devem ser avaliados nas consultas pediátricas.

Sabe-se que o tratamento dietético e medicamentoso atinge a eficácia desejada em um número pouco expressivo dos casos.  Isso nos mostra que sua abordagem faz-se um assunto delicado e que a melhor estratégia é a prevenção. Vamos falar um pouco sobre isso?

A prevenção da obesidade infantil inicia-se ainda antes do nascimento, com o pré-natal, através da orientação nutricional da gestante e controle de ganho de peso materno. Além disso, segundo a “teoria do flavor”, A prevenção da obesidade infantil inicia-se ainda antes do nascimento, com o pré-natal, através da orientação nutricional da gestante e controle de ganho de peso materno. Além disso, segundo a “teoria do flavor”, a formação dos hábitos alimentares se inicia desde a gestação, época em que a variedade de ingestão dos alimentos pela gestante expõe o feto a moléculas palatáveis provenientes dos alimentos, que ficam em suspensão no líquido amniótico, permitindo ao feto a associação da sensação desses paladares à segurança e ao prazer inerente da vida intrauterina. A amamentação também promove sensação semelhante, pois as mesmas moléculas estão presentes no leite materno. Portanto, o incentivo a uma boa nutrição da gestante, com orientações de escolhas saudáveis desde a gestação, passando pela amamentação, influenciam a aceitação de alimentos mais saudáveis pela criança no momento da introdução alimentar, o que traz impacto de longo prazo na saúde e, consequentemente, diminui o risco de obesidade futura.Após nascimento, o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês, sempre que possível, mostra-se muito importante. Quando necessário a complementação, o pediatra indicará qual o melhor complemento ao leite materno.

a formação dos hábitos alimentares se inicia desde a gestação, época em que a variedade de ingestão dos alimentos pela gestante expõe o feto a moléculas palatáveis provenientes dos alimentos, que ficam em suspensão no líquido amniótico, permitindo ao feto a associação da sensação desses paladares à segurança e ao prazer inerente da vida intrauterina. A amamentação também promove sensação semelhante, pois as mesmas moléculas estão presentes no leite materno. Portanto, o incentivo a uma boa nutrição da gestante, com orientações de escolhas saudáveis desde a gestação, passando pela amamentação, influenciam a aceitação de alimentos mais saudáveis pela criança no momento da introdução alimentar, o que traz impacto de longo prazo na saúde e, consequentemente, diminui o risco de obesidade futura.Após nascimento, o aleitamento materno exclusivo até o sexto mês, sempre que possível, mostra-se muito importante. Quando necessário a complementação, o pediatra indicará qual o melhor complemento ao leite materno.

Na idade da introdução alimentar, é muito importante apresentar todos os grupos alimentares, sem adicionar açúcar, gorduras saturadas ou sódio, os quais tornam os alimentos hiperpalatáveis. Dessa forma, contribuimos para o reconhecimento das notas dos diversos paladares pela criança, permitindo que ela perceba com mais naturalidade os outros diversos paladares, atingindo a sua saciedade com alimentos saudáveis e diminuindo o risco de formação de um hábito alimentar facilitador da obesidade.

As relações familiares também são importantes na criação de hábitos alimentares saudáveis. Pais ou cuidadores autoritários, negligentes ou indulgentes, por exemplo, estão associados a maiores dificuldades da criança em reconhecer seus momentos de fome e saciedade. Por outro lado, insegurança e ansiedade excessivas dos mesmos também merecem atenção, pois estas relacionam-se a inexistência de padrões ou rotinas alimentares  adequadas, as quais podem funcionar como uma ação compensatória para reparação do que os pais avaliam como falhas, insuficiências ou insatisfações na dinâmica familiar, em sua função de cuidar, proteger, formar e participar da vida da criança.

O comportamento dos pais no momento da refeição tem muita influência na alimentação. Hábitos parentais considerados inadequados, como alto consumo de guloseimas calóricas, estão associados ao maior risco de obesidade nas idades pré-escolar e escolar.

Outro pilar da prevenção da obesidade é a atividade física. Recomenda-se que todas as crianças, incluindo as que não têm boa coordenação motora, sejam estimuladas a praticar exercícios lúdicos, prazerosos e adaptados à faixa etária, objetivando a participação e a inclusão, e não a competitividade.

Dessa forma, a atividade física deve ser incorporada à vida do indivíduo desde a infância, tornando-se um hábito e fazendo parte da rotina. Falaremos mais de atividade física para crianças e adolescentes no nosso próximo encontro.

Junto da alimentação e atividade física, destacam-se também como fatores importantes na prevenção da obesidade infantil o controle de tempo de tela e o tempo e qualidade do sono.

Tempo excessivo em frente às telas relaciona-se a menor movimentação, menos tempo em atividades ao ar livre e maior exposição à publicidade infantil. Já o sono atua em vários sistemas. Boa qualidade de sono contribui para a memória, imunidade, crescimento e também na manutenção do peso. Sabe-se que crianças e adolescentes que dormem menos do que o recomendado para a idade têm risco aumentado de ganho de peso.

Como orientação, as recomendações das horas de sono de acordo com a faixa etária são: entre 4 a 12 meses= 12 a 16 horas; entre 1 e 2 anos= 11 a 14 horas; entre 3 e 5 anos= 10 a 13 horas; entre 6 e 12 anos= 9 a 12 horas;  entre 13 e 18 anos= 8 a 10 horas. Existem  variações individuais que devem ser consideradas.

Podemos concluir que a prevenção da obesidade começa pela base familiar, não há dúvidas, e deve seguir em conjunto com o pediatra.  Este deve ir além da orientação alimentar, atingindo as esferas da atividade física, da saúde psíquica, avaliando todos os pilares que relacionam-se à obesidade. Se necessário,  outros profissionais de saúde poderão fazer parte dessa abordagem, como nutricionistas, psicoterapeutas e educadores físicos. O importante é que possamos olhar para esse assunto com a seriedade que ele merece.

A maternidade e a paternidade envolvem desafios desde o início. Somos confrontados com a necessidade de rever hábitos e de lidar com desconhecido. O autoconhecimento nos permite uma percepção maior e mais realista de como nossos comportamentos e escolhas podem se refletir dos nossos filhos. Eles têm muito a ganhar quando aceitamos esse convite, incluindo a redução da chance de obesidade.

Somos parte ativa importante nisso.

Seguiremos juntos.

Até a próxima.

Dra. Josie Pimentel

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