A IMPORTÂNCIA DOS 1000 DIAS

Você sabia que o que você come na gestação e o que o seu filho recebe nos primeiros 1.000 dias de vida pode modificar a genética dele?

Nós não nascemos com os genes completamente prontos, os estímulos ambientais podem alterar sua estrutura química, e consequentemente sua função! É o que chamamos de programação metabólica, os estímulos ambientais recebidos durante esse período de formação podem gerar mudanças permanentes na estrutura e função do organismo, afetando o equilíbrio orgânico na vida adulta.

Muitos estudos têm demonstrado que a alimentação nos primeiros anos de vida da criança pode determinar modificações na expressão de genes, que determinarão a manifestação (ou não) de doenças crônicas na vida adulta, como obesidade, diabetes, hipertensão e até câncer.

Já se sabe também que o líquido amniótico é aromático e o seu odor é determinado pela dieta da mãe. Ou seja, a exposição aos sabores através do líquido amniótico pode influenciar na aceitação dos alimentos após o nascimento. Assim como a alimentação das mães durante a lactação pode afetar o sabor do leite. Os compostos químicos que dão sabor e aroma aos alimentos são ingeridos pelo lactente através do leite materno, e dessa maneira a criança vai sendo introduzida aos hábitos alimentares da família.

Sendo assim, podemos dizer que a formação do hábito alimentar do bebê inicia-se desde a gestação e amamentação, devendo a mãe estar atenta quanto à variedade de alimentos consumidos, já que os mesmos interferem no odor do líquido amniótico e no sabor do leite materno, de forma a promover experiências variadas de sabores no início da vida e facilitar a aceitação dos alimentos mais tarde.

Por isso, o investimento no cuidado da alimentação infantil, principalmente nos primeiros 1000 dias, faz toda diferença na saúde da criança e no adulto que se tornará.

Por

Camila Alves

Nutricionista Clínica Materno Infantil – CRN-3 10092

Especialização em Nutrição em Pediatria – Instituto da Criança/HCFMUSP