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A criança e sua Natureza

Logo que fui convidado para ministrar aulas de Natureza e Sociedade, na escola onde trabalho, surgiram sugestões e dúvidas de como deveria ser encaminhado o conteúdo a ser elucidado com as crianças de três a seis anos. Veio à memória uma fala de minha professora de Educação Ambiental: é indicado que exista a sensibilização do educando para que o conteúdo faça sentido à perspectiva do mesmo.

Então como sensibilizar uma criança acerca da problemática ambiental? Isso é necessário? O que seriam Natureza, Meio Ambiente e Sociedade para crianças de tão pouca idade? Como introduzir conteúdos e temas sensíveis quando a ideia é basicamente brincar? Essas e outras indagações foram surgindo durante o processo de planejamento das aulas.

É difícil abstrair, porém a imaginação não tem limites. Sendo assim, os conteúdos podem ficar implícitos nas atividades. Por exemplo: Não faz sentido (confesso que às vezes nem para mim faz) dizer que, no Brasil, são produzidas aproximadamente 250 mil Toneladas de lixo por dia e que este volume tem um destino inadequado em sua grande proporção.

Em compensação, montar brinquedos através de material reciclável tem como pano de fundo esta conscientização, aproximando conceitos à criatividade da criança.

Outra forma é através de um bate papo em um jardim ou num parque, observar um mamífero, réptil ou uma ave e conversar com o filho sobre o comportamento do mesmo, sua alimentação, e perguntar se aquele ser vivo comesse ou vivesse no meio do lixo, como sobreviveria? São possibilidades de se trabalhar este conteúdo.

A ideia é que a criança se aproprie do meio em que reside e convive. Que possa curtir, brincar, cuidar, promover o espaço em que habita de uma forma direcionada, promovendo atividades que possam ser cocriadas, que as façam sorrir.

Se o contato que tenho com elas é na escola, trabalho com a realidade ali apresentada: um jardim, árvores, folhas, animais, espaços físicos construídos, a rotina. Entendo que pouco importa a elas serem instruídas a preocupar-se com o desmatamento da Mata Atlântica, se não conhecem e preservam as pequenas formas de vida, vegetal e animal, passageiros ou residentes, do próprio espaço da escola.

O aprendizado e a mudança são lentos, feitos de pequenos encontros, com erros e acertos, de preferência no sentido do micro para o macro. Caso a criança esteja sensibilizada, e não obrigada, a entender que é necessário olhar para o espaço em que vive e convive, terá mais possibilidades de interferir, de forma positiva, visando um meio saudável para si, para seus pares e para as futuras gerações, conforme sugere o conceito de Educação Ambiental.

Eduardo Correia Macarini

Sou o Eduardo, formado em Gestão Ambiental e graduando em Biologia. Além de dar aulas de Natureza e Sociedade para alunos da educação infantil, tenho uma criação de aves ornamentais em um sítio onde pude e posso aprender e vivenciar a natureza que tanto aprecio: cuidar de plantas; fazer mudas; compreender os ciclos naturais; conviver, observar, contemplar e criar animais; glorificar a vida!

Meu agradecimento especial ao meu  convidado Eduardo Correia Macarini pelo belo artigo.

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